Índios dão cocar a Schwarzenegger e manifestam contra usina
Arnold Schwarzenegger recebeu presente e atenção dos índios
Representantes de etnias índigenas do Xingu e do Amazonas fizeram nesta quinta-feira uma homenagem aos palestrantes do primeiro dia do 2º Fórum Mundial de Sustentabilidade, realizado em Manaus. Após discursar e ter uma conversa "informal" com o cineasta James Cameron, que veio pelo segundo ano seguido como convidado, o ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger recebeu um cocar de presente e até pegou uma menina índia no colo, enquanto assistia a uma apresentação musical no palco montado para o seminário no hotel Tropical.
Assim como no ano passado, quando as manifestações contra a construção da usina de Belo Monte estavam fervilhando, os índigenas entregaram ao palestrante um manifesto explicando os impactos sociais e culturais nas etnias que vivem na região do Xingu (PA). Antes da homenagem, Schwarzenegger preferiu não se manifestar a favor ou contra. "Não sou um expert", esquivou-se o ator, ao lado do amigo e cineasta James Cameron, que em 2010 foi altamente impactado pela luta dos índios e se engajou nos protestos.
"Temos na Califórrnia desafios semelhantes. É uma frustração quando você é governador e quer construir painéis de energia solar, mas não pode porque tem um cemitério indígena no caminho da linha de transmissão ou moram quatro animais na região dos painéis. Então você tem que parar o projeto e pensar onde vai colocar estes animais e dar a volta no cemitério. O mais importante é ser inclusivo", afirmou o ex-governador do Estado americano.
Cameron também foi mais comedido neste ano e admitiu ter sido um pouco apressado no julgamento sobre a questão. "Não fiz direito, fui contra antes de ir visitar e saber. Mas passei bom tempo viajando e falando com especialistas. Não sou um ignorante. Ser inclusivo quer dizer que a comunidade internacional tem que ser incluída em assuntos que mudam a estrutura do planeta. Estamos em um mundo onde precisamos cooperar. O Brasil não decide sozinho, nem o Japão, nem a Alemanha. O Brasil precisa de 5% a mais de energia a cada ano para manter o crescimento. Os bancos financiam grande parte destas represas para energia, por que não financiar também outras soluções?", questionou o diretor de Avatar.
Fonte: www.terra.com.br
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