O dolar “furado”
Por Sérgio de Mello
Não se trata de faroeste e nem do filme épico do cinema americano estrelado por Giuliano Gemma. Também não é piada de portuguêz e muito menos trapaça do Azambuja ou do Angolano em programa de humor na TV. O caso é concreto e acontecido recentemente em Guaíra, deixando com cara de otários algumas pessoas que se consideravam o supra-sumo da esperteza. Apresentando-se como “Papai Noel” do continente africano, os golpistas presenteariam o grupelho de espertalhões guairenses com dólares, muitos dólares, porém, diferente do western do cinema, dessa vez o “furo” na moeda americana não foi provocado por tiro, mas por tinta, muita tinta preta. Iludidos com a promessa de lucro fácil (apesar de ilegal), o grupelho foi convencido a trocar dinheiro vivo (reais) por notas de dólares autênticos (sic), porém tingidos por uma tinta preta e especial. Segundo os golpistas, a tintura teria sido usada para que os dólares passassem incólumes pela forte fiscalização da alfândega nos aeroportos. Uma vez trocados por reais – na proporção de dez por um – os dólares enegrecidos seriam lavados (literalmente) e, tinta preta para o ralo, restariam verdes e autênticas as cédulas da moeda (já não tão forte) americana.
Para aumentar a ambição da trupe e viabilizar o golpe, é claro que as amostras grátis apresentadas para testes funcionaram conforme prometido, bastando um simples enxague de torneira.
Segundo relatos, cerca de uma dezena de “investidores” (bagrões) guairenses se empolgaram com a barganha e engoliram a isca com anzol e tudo, logo conseguindo juntar os R$ 500 mil necessários, sendo que alguns recorreram a empréstimo bancário para participar do negocião.
Num point estratégico situado na zona rural e as margens do Rio Sapucai (talvez pensando em facilitar a ”lavagem”), deram inicio ao processo de limpeza dos dólares tingidos. Empolgação total, afinal a mala vistosa recebida na troca conteria o equivalente a R$ 5 milhões (nada mal começar 2011 com ganho mágico de 1.000% da noite para o dia).
Surpresinha: as primeiras notas lavadas fizeram a alegria geral, mas a festa acabou cedo… a maior parte da carga não passava de puro papel pintado de preto. Nem secando o Rio Sapucai na lavagem das notas haveria êxito KKKKKKK.
Sérgio de Mello é ex-prefeito e ex-vereador da cidade de Guaíra-SP
Fonte: http://sergiodemello.wordpress.com
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