PSOL entra com ação contra prefeito de Manaus, que mandou moradora "morrer"
Foto que ilustra o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB, retirada junto á internet
A senadora do PSOL, Marinor Brito (PA), protocolou nesta quarta-feira (23) representação uma representação criminal na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), pelo suposto crime de preconceito e discriminação.
"Numa atitude imprópria e atentatória à dignidade da pessoa, discutiu com uma moradora de área de risco e pediu que ela morresse. O episódio foi todo filmado pelas redes de televisão locais e as imagens, chocantes, ganharam os noticiários de todo o país e a internet (...) Três pontos ganham relevância e merecem a representação para investigação do Ministério Público: (i) a eventual prática de preconceito; (ii) a eventual prática de abuso de poder e autoridade; e (iii) suposto ilícito praticado por agente político", justificou ela no documento.
Na segunda-feira (21), Mendes se irritou com uma moradora de uma área de risco, na zona norte de Manaus, e discutiu com ela em frente às câmeras. Na ocasião, o prefeito disse “morra, minha filha, morra” depois que a moradora se recusou a sair e questionou para onde ela iria.
Após dar esta resposta, o prefeito ainda perguntou de onde ela vinha e, ao saber que a moradora era do Pará, disse em tom de deboche: “Pronto. Tá explicado”.
Ativista nas causas de direitos humanos e respeito às diferenças, a senadora acredita que a atitude do prefeito reforça ainda mais o preconceito da sociedade com relação aos migrantes, em especial à população do Pará, Estado que ela representa no Senado.
"As palavras e atitude do representado em muito destoam da permanente solidariedade, harmonia e tolerância entre os povos e entre as autoridades públicas da região Amazônica (...) As atitudes do representado, então, revelariam uma intolerância a toda a uma coletividade --os migrantes ao Estado do Amazonas, principalmente do Pará--, devido à origem das pessoas que dela fazem parte", afirma na representação.
A expectativa da senadora é que a PGR possa investigar o caso e tomar as providências necessárias. A legislação prevê que "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional" pode ter pena de reclusão de um a três anos de prisão e multa para quem cometeu o crime.
“Não é com esta atitude grosseira, humilhante e desqualificadora de uma mulher trabalhadora que o prefeito Amazonino vai resolver o problema das pessoas que não querem sair dos canais. Como as pessoas que não querem sair das encostas dos morros do Rio de Janeiro porque sabem que o Estado não vai assegurar no dia seguinte um local onde possam morar com dignidade”, concluiu a parlamentar.
Fonte: www.uol.com.br
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